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19 de ABRIL DIA DO ÍNDIO


                           DIA DO ÍNDIO

19 DE ABRIL


(Esse texto é baseado no artigo: "Brincadeira de Criança - Como os Pequenos Índios se divertem" ; escrito por Karine Bastos e publicado na revista Brasil Indígena de set-out/2001)

A infância é uma fase de sonhos e faz-de-conta para as crianças - sejam elas indígenas, da cidade, do interior... do mundo inteiro.

Mas a infância do índio tem algumas diferenças em relação - principalmente - à das crianças das cidades. A primeira delas é o cenário onde as brincadeiras se desenvolvem: o quintal da aldeia é a mata. Os indiozinhos sobem em árvores, tomam banho de rio, correm e se escondem no mato, observam e interagem com várias espécies de animais. Isso tudo é inacessível às crianças da cidade.

Outra grande diferença é que o núcleo principal da diversão é a própria criança e não o brinquedo. Muitos já viram alguns garotos da cidade emburrados porquê não podem jogar videogame, ou aborrecidos porquê acabou a pilha de algum brinquedo e não sabem o que fazer. As brincadeiras das crianças indígenas não dependem de um objeto em específico, mas sim da interação entre as várias crianças. Estão mais próximas às brincadeiras que os adultos das cidades lembram com nostalgia - esconde-esconde, pegador, casinha, polícia e ladrão, passa-anel - e lamentam que sejam cada vez menos praticadas no meio urbano hoje em dia.

Cada etnia indígena tem suas brincadeiras próprias. A seguir estão alguns exemplos:

1. No Parque do Xingu no Mato Grosso, os pequenos índios Mehinaku brincam de "onça" (a que chamam de Yanokama). Uma criança se esconde no capinzal, e seu papel é surpreender as demais crianças, pulando sobre elas como se fosse o bote de uma onça.

2. Entre os índios Tenetehara, do Maranhão e Pará, há um jogo chamado "caça ao veado". Um indiozinho faz o papel do veado e tem de fugir de outra criança que representa o caçador e de várias outras que representam os cachorros.

3. Entre os índios Canela, do Maranhão, as crianças formam uma fila, começando pelos mais fortes e altos. Cada criança abraça forte a da frente, passando os dois braços por baixo do colega. Uma das crianças fica fora da fila e representa um Gavião. Ele vai falando com cada um da fila dizendo que tem fome e ataca sempre a última da fila. Enquanto o Gavião tenta apanhar esse último, o grupo - sempre abraçado - tenta cercar o Gavião.

4. As crianças Kamayurá, do Parque do Xingu, também formam uma fila, todos sentados e abraçados ao colega da frente. O primeiro da fila se agarra firme a um toco. Um outro grupo tenta arrancar o último da fila e se utiliza de cócegas, arranhões e puxões bem firmes.

5. Há brincadeiras que são representações do papel do adulto dentro da sociedade indígena. Entre os Mehinaku, as crianças fingem estar doentes e imitam procedimentos de cura dos pajés adultos. Há também a imitação do casamento, onde os meninos fingem que saem para caçar, trazem folhas representando a caça e as entregam às meninas, que fingem preparar o alimento. Esse jogo tem variações interessantes: às vezes as meninas fingem arrumar amantes enquanto o menino está fora caçando; quando este chega em casa, finge ter raiva da mulher enquanto o amante foge.

6. Um brinquedo bastante comum entre etnias de todo o Brasil é a chamada "cama-de-gato", onde as crianças entrelaçam um barbante nos dedos das mãos formando figuras.

Uma outra diferença importante entre a infância dos índios e não-índios é o grau de autonomia que gozam as crianças indígenas. São sempre criadas com muita liberdade e raramente repreendidas. Um bom exemplo dessa autonomia é mostrado em um filme chamado "Das Crianças Ikpeng para o Mundo", feito por um adolescente Ikpeng dentro do projeto Vìdeo nas Aldeias. Nesse filme, dois garotos de uns 10 anos, apresentam o cotidiano da aldeia e das crianças dessa etnia, índios que vivem no Parque do Xingu. Em uma cena as crianças organizam uma pescaria. Saem umas doze crianças, com idades variando de 5 a 10 anos - somente elas - remando por um rio gigantesco até uma ilhota no meio do rio. Pescam, mergulham, brincam, e voltam remando sozinhas até a aldeia. Em outra cena, um dos meninos pega um facão, quase de sua altura. Fica parecido com um samurai japonês. E então esculpe um aviãozinho num pedaço de madeira. São ações que fariam uma mamãe não-índia arrepiar os cabelos, mas que por outro lado fortalecem a autoconfiança do índio desde pequeno.

Texto extraído da página: http://www.iande.art.br/boletim001.htm

http://alfabetizacaofavodemel.blogspot.com/2009/04/brincadeiras-indigenas.html?showComment=1331595087330#c4379046445192468561





















                                              FONTE  http://wwwbaladegoma.blogspot.com/













                                                    fonte  http://www.portalescolar.net/

Um comentário:

TUCA MARTINS DA SILVA disse...
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